CLDF / POLÍTICOS DO DF
Com participação da mãe de Isabella Nardoni, CLDF encerra Semana pela 1ª Infância
Publicado em
29 de agosto de 2025por
Eugenio Piedade
Com participação da mãe de Isabella Nardoni, CLDF encerra Semana pela 1ª Infância
A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) encerrou nesta sexta-feira (29) a terceira Semana Legislativa pela Primeira Infância com a realização de uma mesa de debate sobre a o fortalecimento da intersetorialidade da rede pública de proteção.
O encontro teve a participação da vereadora do município de São Paulo, Ana Carolina Oliveira (Podemos), mãe de Isabella Nardoni, criança que ficou conhecida em todo o Brasil após uma tragédia. Também teve a presença do juiz da Vara da Infância e da Adolescência do Tribunal de Justiça do DF, Evandro Neiva de Amorim; do promotor de Justiça da Infância e Juventude do Ministério Público do DF, Renato Bianchini; e de Daniela Santos, pesquisadora e doutoranda em Estudos da Criança da Fundação Rio Branco.
A Semana Legislativa pela Primeira Infância ocorreu por iniciativa da deputada Paula Belmonte, em parceria com a Escola do Legislativo (Elegis). A parlamentar lembrou que o evento conclui um trabalho que se estendeu por todo o mês. “Essa mesa encerra um ciclo que se iniciou na Vara da Infância e Juventude no dia primeiro de agosto, marcando o Mês da Primeira Infância. Nós institucionalizamos a Semana da Primeira Infância na Câmara Legislativa, significa que ela vai acontecer independe do político que estiver aqui. Essa é uma pauta da Casa”, declarou Paula Belmonte.
A distrital ainda lembrou que estão sendo elaboradas ações para aplicar mais dinheiro no setor. “Semana passada já iniciamos um trabalho sobre o Fundo da Criança e Adolescência, realizamos audiência pública e já vamos formalizar um grupo de trabalho aqui na Câmara Legislativa para falarmos sobre a estruturação desse fundo. É um dinheiro que está lá e não é usado. Para se ter uma ideia, não foram utilizados mais de R$ 400 milhões. É muito dinheiro. Tem uma decisão do TCDF determinando que não se pode devolver esse recurso. Vamos ter que executar e aprimorar para que tenhamos mais transparência”, afirmou a deputada, que também exerce o cargo de segunda vice-presidente da Câmara Legislativa.
Por sua vez, Ana Carolina Oliveira, considerada referência nacional na luta pelas políticas voltadas para proteção da criança, explicou sua decisão de entrar para a vida pública. “Quando decidi não foi só pela minha filha ou por tudo que me aconteceu, mas porque vi uma escassez da tratativa com a primeira infância, com as nossas crianças. Precisamos trabalhar em conjunto para que a gente construa as políticas públicas para nossas crianças realmente terem proteção. Nossas crianças estão vulneráveis e isso as leva para lugares de abuso. Precisamos de profissionais capacitados que queiram estar na causa”, assegurou a vereadora.
“Os adolescentes hoje estão totalmente vulneráveis pelas redes sociais. O conteúdo os torna vulneráveis. Essa vulnerabilidade começou na infância, foi para a adolescência e vai se propagar para a vida. Os adultos adoecidos de hoje foram crianças não tratadas de ontem. Quando você faz algo, tem que ser por amor. Se não está preparado, pede para sair. O que não se pode é ter um fluxo [da rede de proteção] que seja derrubado o tempo todo. Os desafios de São Paulo não são diferentes dos que estão aqui no Distrito Federal, mas a gente com trabalho de formiguinha vai ter um futuro muito melhor”, afiançou Ana Carolina.

“Se estou nesta Casa e nessa posição foi pelo nome da minha filha. Porque se ela estivesse aqui comigo, eu não estaria parlamentar e não seria uma pessoa conhecida. O nome da Isabella Nardoni é um nome que impacta, que vai longe e traz políticas públicas e acolhimento”, afirmou Ana Carolina.
O promotor de Justiça da Infância e Juventude do Ministério Público do DF, Renato Bianchini, disse que os homens precisam ter mais atenção e dedicação ao tema de proteção à primeira infância. “Sempre sou minoria onde estou, do ponto de vista de gênero. Infelizmente, nós, homens, não nos atentamos para a importância do tema e para a necessidade de nos envolvermos. Desde a postura dos homens nas famílias, até do ponto de vista social e político. As crianças, majoritariamente, são cuidadas por mulheres. Os homens se omitem completamente do seu papel e acham que estão fazendo muito provendo materialmente”, destacou o promotor.

Ele completou defendendo a necessidade de ter sensibilidade para atuar. “Quando a criança chega ao sistema de Justiça por conta de violações, não adianta olhar para o problema de maneira focal. A gente precisa ver a família por inteiro, entender o que está acontecendo, quais são as vulnerabilidades envolvidas, os fatores de risco, qual é a rede de apoio daquela família. É tudo muito mais complexo, dá muito mais trabalho e exige muita sensibilidade. A gente não pode apenas olhar e dizer que é uma violação e que a criança deve simplesmente ser afastada. A gente precisa ter uma política integrada, que exige recurso e não traz voto”, sintetizou Bianchini.
De seu lado, o juiz da Vara da Infância e da Adolescência do Tribunal de Justiça do DF, Evandro Neiva de Amorim, enfatizou que ainda falta bastante para que o sistema de proteção alcance tudo que está na lei. “A gente precisa qualificar o serviço com equipamentos e com servidores. A sociedade precisa confiar no que temos que fazer. A gente hoje não consegue oferecer aquilo que promete, o que está na lei e na prática não [acontece]. Então a gente precisa de recursos para todo o sistema de garantias. Temos uma vara protetiva no DF para 3 milhões de pessoas e são dois juízes. É inaceitável! A gente precisa ter no mínimo uma Vara da Infância em cada região administrativa”, asseverou o magistrado.

A pesquisadora Daniela Santos defendeu um olhar integral para a criança. “A criança não é só saúde, só educação, só assistência ou só cultura. Ela é completa e a gente precisa olhar dessa forma mais holística. Por exemplo, quando a gente tem um fluxo de atendimento [na rede de proteção], a gente [precisa] humanizar melhor o atendimento e a rede dialogar mais, sem necessidade dessa criança percorrer vários lugares para contar a mesma história. Assim, a gente consegue contribuir para a superação da violação desses direitos. Atuar em rede nunca é fácil. O desafio é superar a fragmentação [da rede]”, explicou Daniela.
Já o representante do Fórum Colegiado Nacional dos Conselhos Tutelares, Gustavo Henrique da Silva Camargos, expressou a necessidade de aprimorar a interseccionalidade. “É um dos fatores que a gente precisa enxergar melhor, já que vai falar sobre a raça, a crença, o gênero, a tipicidade e a classe social, por exemplo. É preciso que a interseccionalidade esteja em toda essa compreensão”, defendeu Camargos.
Ele também argumentou sobre a necessidade de fortalecer os conselhos tutelares e o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do Distrito Federal (CDCA/DF). “É preciso investir no serviço com quadros maiores e mais especializados, além da capacitação continuada e não só esporádica. Além de permitir diagnósticos mais precisos dessas violações de direito”, disse o conselheiro que atua em Planaltina.
O caso Isabella Nardoni
A tragédia comoveu o país. Segundo investigação e decisão da Justiça, a menina foi jogada do 6º andar do prédio onde Alexandre Nardoni, o pai dela morava, na cidade de São Paulo. A investigação revelou que Isabella foi agredida pela madrasta que esganou e asfixiou a criança. Alexandre, em seguida, teria cortado a rede de proteção e jogado a menina. Isabella morreu a caminho do hospital.

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