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Tarifa de 50% é considerada fatal

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TARIFA DE 50% É CONSIDERADA FATAL

Governo Lula passa a reconhecer que é quase fatal a aplicação do tarifaço de 50% imposto pelo Governo Trump, a partir de 1º de agosto. Não há sinais de espaço para negociação com EUA.

A hora é de análise, setor a setor, sobre os efeitos frustrantes nas exportações. É preciso apoiar os setores que serão mais afetados.
Pelo agravamento das relações com os Estados Unidos, há quem tema que o percentual suba para 100%.

AVIÕES – Embraer, terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, levanta alarme sobre o tarifaço de 50%.
A medida poderá ter impacto comparável ao da pandemia, quando a companhia sofreu queda de 30% na receita e precisou reduzir em 20% seu quadro de funcionários.

O novo cenário poderá elevar o preço de cada aeronave vendida ao mercado norte-americano em cerca de R$ 50 milhões. “Não há como remanejar encomendas de clientes dos Estados Unidos para outros mercados. Não tem como remanejar essas encomendas. Avião não é commodity”, afirmou a Embraer.

Exportações para os EUA representam atualmente 45% da produção de jatos comerciais e 70% da de jatos executivos da empresa.

CRISE DAS TARIFAS
Por causa do tarifaço, embarques foram suspensos, contratos cancelados e empresas interromperam as atividades em setores como carne bovina, pescados, mel, madeira, móveis e pedras naturais, entre muitos outros.
Afeta muito a economia de Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí, Espírito Santo e Pernambuco.

No Mato Grosso do Sul, frigoríficos como JBS, Minerva, Naturafrig e Iguatemi interromperam os envios de carne aos Estados Unidos.
No Piauí, a Central Casa Apis, de exportação de mel orgânico, relatou o cancelamento de grandes encomendas.

No Paraná, a empresa BrasPine, madeireira, concedeu férias coletivas a 700 funcionários.
No Rio Grande do Sul, empresas de móveis enfrentam o mesmo cenário.

Associação Brasileira das Indústrias de Pescados diz que 58 contêineres com pescado estão parados nos portos do Ceará, Pernambuco e Bahia.

DIVIDENDOS -Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou que o governo brasileiro esteja adotando medidas para limitar as remessas de dividendos de empresas norte-americanas que operam no Brasil.

“O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nega que o governo brasileiro esteja avaliando a adoção de medidas mais rigorosas de controle sobre os dividendos como forma de retaliação às taxas adotadas pelos Estados Unidos e reafirma que essa possibilidade não está em consideração”, informou a pasta.

DEMOCRACIA – Presidente Lula da Silva participará hoje de reunião sobre defesa da democracia, em Santiago, no Chile.
O evento é organizado por Gabriel Boric, presidente do Chile, com presença de líderes de Colômbia, Espanha e Uruguai. O evento terá encontro com representantes da sociedade civil, do meio acadêmico e de centros de reflexão.

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Nas discussões, defesa da democracia e do multilateralismo; combate às desigualdades; e tecnologias digitais e o enfrentamento à desinformação.

Resta saber se temas polêmicos atuais, como o tarifaço de Trump, serão abordados, assim como a defesa de moeda alternativa para substituir o dólar.

ARTIGO – Lula assinou artigo em defesa da democracia publicado, na Folha de S.Paulo, também subscrito pelos presidentes Gabriel Boric (Chile), Pedro Sánchez (Espanha), Gustavo Petro (Colômbia) e Yamandú Orsi (Uruguai).

Os líderes alertam para o avanço de discursos autoritários, a erosão das instituições e o desinteresse popular, como sinais de desgaste do sistema democrático.

MANIFESTAÇÕES – Em diversas cidades brasileiras ocorreram manifestações em solidariedade ao ex-presidente Bolsonaro, que está em prisão domiciliar determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Em Brasília, houve caminhada no Eixão Sul, seguida de pequena concentração de manifestantes do lado de fora do condomínio onde Bolsonaro está isolado. Este condomínio terá de conviver com isso e em alguns momentos precisará de apoio da Polícia Militar.

CORREIOS – Em situação gravíssima, a Empresa Brasileira de Correios formalizou adiamento no pagamento de diversas obrigações, que somam R$ 2,75 bilhões.
A medida foi tomada para tentar reequilibrar o fluxo de caixa da estatal, que acumula 11 trimestres seguidos de prejuízo.

Os atrasos já vinham sendo mencionados nas notas explicativas das demonstrações financeiras da empresa, mas até então não se conhecia o valor total em aberto.

MOSQUITOS – O Brasil inaugurou, em Curitiba, a maior fábrica de mosquitos do mundo. A nova tecnologia vai ajudar a combater dengue, zika e chikungunya.

Os mosquitos possuem a bactéria “wolbachia”. Ela não faz mal aos seres humanos, e quando presente nos Aedes Aegypti, impede a replicação de doenças que desafiam a saúde pública, como dengue, zika e chikungunya.

A fábrica deve produzir 100 milhões de ovos por semana. Em um ano, serão mais de 5 bilhões de ovos.
Seis cidades vão receber a primeira leva de mosquitos a partir de agosto: Brasília (DF), Valparaiso de Goiás (GO), Luziania (GO), Joinville (SC), Balneário Camboriú (SC) e Blumenau (SC).

IOF – Supremo Tribunal Federal apresentou esclarecimento sobre a aplicação do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Ministro Alexandre de Moraes explicou que o reajuste das alíquotas não incide sobre as operações financeiras realizadas durante o período em que o decreto presidencial esteve suspenso. Isto é: a cobrança do imposto aumentado não é retroativa.

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VOA BRASIL – Programa Voa Brasil, lançado no ano passado pelo Governo Federal, via Ministério de Portos e Aeroportos, é grande fracasso.
Vendeu em 12 meses apenas 44.190 (trechos únicos) da meta de três milhões de passagens. O programa não pegou.

AGÊNCIAS – Tribunal de Contas da União finaliza relatório sobre situação das agências reguladoras brasileiras, com fiscalização em quatro das 11 agências.

As agências reguladoras têm déficit de pessoal, de estrutura administrativa, de orçamento e de recursos financeiros. O corte de recursos governamentais inviabiliza a atuação dessas entidades.

DEVOLUÇÃO – Parte dos aposentados e pensionistas do INSS que sofreram descontos indevidos em seus benefícios por parte de entidades associativas têm até hoje (21) para aderir ao acordo de devolução dos valores oferecido pelo Governo Federal.

Os valores começam a ser pagos a partir de 24 de julho, de forma escalonada, em lotes diários, até que todos os prejudicados sejam contemplados.
Quem vai pagar é o Governo Federal – não os sindicatos acusados de descontos indevidos.

BRB – Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, recebeu em pleno sábado o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, e o CEO, Augusto Ferreira Lima, para tratar do processo de venda desta instituição financeira privada ao Banco de Brasília (BRB). Não foram passados detalhes desse encontro.

MERCADO – Na sexta-feira (18) a Bolsa de Valores brasileira fechou no menor nível em três meses, e o dólar volta a aproximar-se de R$ 5,60. O índice Ibovespa encerrou a semana com recuo de 2,06%.

A bolsa brasileira acumula queda de 3,94% em julho. No entanto, o Ibovespa avança 10,89% em 2025.
Dólar comercial fechou a sexta vendido a R$ 5,587, com alta de R$ 0,041 (+0,73%).

O dólar subiu 0,72% na semana e acumula alta de 2,82% em julho. Em 2025, a divisa cai 9,59%.

ECONOMIA – Índice Bovespa, da Bolsa de Valores, caiu 1,61% na sexta-feira (18), aos 133.382 pontos.
MOEDAS – FONTE: BC
Dólar comercial: R$ 5,58 (+0,73%)
Dólar turismo: R$ 5,63 (+0,77%)
Euro comercial: R$ 6,40 (+0,94)
Euro turismo: R$ 6,58 (+1,07)

Por RENATO RIELLA  /  (NEWS RENATO RIELLA – 21 JULHO)

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