POLÍTICA DO BRASIL
GLO de plano de Bolsonaro buscaria disfarçar golpe
Publicado em
14 de fevereiro de 2024por
Eugenio Piedade
DEUTSCHE WELLEi
“Esses documentos mostram que os golpistas imaginavam que, com a decretação de uma operação de Garantia de Lei e da Ordem, eles poderiam mobilizar os setores das Forças Armadas que estavam comprometidos com o projeto para tomar o poder, respaldado inclusive por oficiais da ativa”, aponta a cientista política Adriana Marques, coordenadora do Laboratório de Estudos de Segurança e Defesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (DGE/UFRJ).
Prevista no artigo 142 da Constituição Federal, a GLO garante a presença militares em situações de perturbação da ordem e após o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública. Ela precisa ser autorizada pelo presidente da República e foi adotada ao longo dos últimos anos em grandes eventos, como Eco-92, Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016, e para prover a segurança pública, sobretudo nas favelas, em operações no Complexo da Maré e da Penha.
“Com a GLO, o controle das vias, dos acessos, e da capital estaria com os militares. Formalmente seria o Exército, mas o que podemos interpretar é que a suposta operação de GLO seria na prática transformar aquelas unidades do Exército em instrumento dos militares bolsonaristas. Os acampamentos seriam mantidos e um segundo passo seria escalar para um estado de sítio”, afirma o cientista político Eduardo Heleno, da Universidade Federal Fluminense (UFF).
“A GLO serviria para encobrir um golpe de Estado clássico, com os tanques na rua e afins. Já era notório há bastante tempo que não haveria reconhecimento internacional e muito menos apoio a qualquer tipo de intervenção, militar ou não, para romper com a democracia no Brasil”, acrescenta o historiador Eduardo Svartman, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Herança da Ditadura
De acordo com analistas, a GLO é um resquício da ditadura militar brasileira (1964-1985) e da presença das Forças Armadas na vida política do país, mesmo com o restabelecimento da democracia. “Houve um lobby bastante efetivo das Forças Armadas na elaboração da Constituição, para evitar que elas ficassem restritas apenas à defesa da soberania do país contra ameaças externas”, comenta Marques.
Esse lobby pós-ditadura garantiu aos militares a presença em ações variadas ao longo dos últimos 40 anos. Dentro da caserna, há o entendimento de que as operações de Garantia e Lei da Ordem podem ser benéficas, a depender do objetivo. “Eles não gostam de greve de policiais, por exemplo. Agora, quando se trata de grandes eventos, com começo, meio e fim, e que não envolve desgaste da imagem das Forças Armadas, eles gostam. É onde eles são elogiados como garantidores da segurança pública no país”, explica Marques.
Logo após a sua eleição em 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou o uso da GLO em ações de segurança pública. Mas mudou de ideia em novembro do ano passado, quando adotou a medida numa tentativa de conter o crime organizado em portos e aeroportos do Rio de Janeiro e de São Paulo.
“O principal problema da GLO é a brecha que ela abre para ‘operações internas’, isto é, na política doméstica. A posição de poder efetiva está com quem assina uma GLO. Portanto, para se evitar esse problema, basta não as decretar”, pondera o sociólogo Piero Leirner, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).
“Há o entendimento de que só as Forças Armadas têm competência para resolver situações em que há uma suposta ausência de Estado. Isso é uma construção de longa duração e difícil de desmontar. Me parece evidente que o Estado tem que botar algo no lugar que preencha esse ‘vácuo’”, complementa ele.
Svartman afirma ainda que o emprego recorrente das GLOs pelos militares em ações da sociedade civil dá poder à corporação. “A mobilização das tropas para resolver problemas de toda ordem, com greve de policiais e rebeliões, dá um elemento de barganha às Forças Armadas”, avalia.
Relação dos militares com governo
Após as revelações da PF, Lula não criticou a cúpula militar. O ministro da Defesa, José Mucio, defendeu a instituição e disse que “só um grupo” de militares desejava o golpe. “A atual cúpula é sócia dessa versão de que existiam ‘militares golpistas localizados’. Isso segue a atual direção do governo de estabelecer uma relação acomodada com as cúpulas militares”, salienta Leiner.
O sociólogo argumenta ainda que o poder civil não tem, neste momento, força institucional para enquadrar os militares. “A opinião pública, nessa matéria, não conta absolutamente nada. Isso é o jogo profundo dentro do Estado. E, no meu entendimento, o Estado, mais que o governo, está imbricado em um arranjo permanente em que os militares são intocáveis”, analisa Leiner.
“Até agora, a postura do Ministério da Defesa foi de apaziguar e pacificar relação com os militares. Mas a relação em uma democracia entre o poder político e as Forças Armadas deve ser de obediência. O governo precisa garantir a punição dos envolvidos, afastar quem é da ativa, para que sirva de exemplo”, afirma Marques.
A cientista política reforça a importância da discussão sobre o artigo 142. “Ele ocupa um papel central em todo esse imbróglio que nós vimos. Essa é uma discussão que deve ser feita no Congresso. Alguns parlamentares tentaram, mas o próprio Ministério da Defesa articulou para engavetar a medida”. Em janeiro do ano passado, Mucio afirmou à CNN Brasil que o tema deveria ser discutido com “quando as coisas estiverem mais serenadas, mais calmas, mais pacificadas.”
Para Eduardo Heleno, Lula, o Ministério da Defesa e os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica precisam “separar o joio do trigo”. “A resposta dever ser republicana, democrática e institucional, como deve ser em qualquer governo eleito pelo povo. Não se trata de vingança ou revanchismo e sim da promoção de justiça, e no caso do Exército, a recuperação da disciplina e hierarquia, seus pilares fundamentais, e da honra institucional.”
Fonte: IstoÉ

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