Por Camila Coimbra
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A produção crescente de resíduos urbanos é um desafio em toda metrópole e a maneira como são descartados pode gerar o acúmulo de pragas urbanas. Em Brasília, os moradores de Águas Claras relatam o aumento no número de roedores circulando pela região. As queixas partem principalmente da área onde ficam as estações de metrô, em especial da estação Arniqueiras.
Gian Pablo, 29 anos, é motorista de Uber e se mudou recentemente para um apartamento na R.A, ao lado da estação Arniqueiras. Ele conta que no período da noite, principalmente no parque perto da estação, já flagrou ratos subindo pelas lixeiras. “Esses dias eu vi uma ratazana que parecia um pinscher, tomei um susto! No parque onde o pessoal passeia com os cachorros é onde mais vejo ratos circulando”.
Já para Daniela Menezes, de 35 anos, psicóloga, ver ratos nas ruas é consequência da vida nas grandes capitais. Daniela menciona que na rua acima do seu condomínio, onde há mais restaurantes e comércio, é costumeiro ver os roedores à noite. “A questão dos ratos não me assusta. Se eles estão ali, é pela forma como as pessoas colocam e guardam os lixos aqui em Brasília. Tenho mais medo dos outros animais que podem aparecer na sujeira, como escorpiões, por exemplo”. Para a psicóloga, a maneira ideal para diminuir esses animais seria a limpeza frequente dos contêineres que recebem os detritos. “Recolhem o lixo, mas e depois? Os contêineres ficam sujos, o cheiro de chorume das lixeiras dá pra sentir. Os responsáveis não limpam de verdade, só recolhem”.
Frederico Torres, médico veterinário da Zoonoses, explica que o que regula o tamanho das colônias de roedores é a disponibilidade de alimentos e locais para reprodução. “Cabe a nós restringir os alimentos para essas espécies, principalmente acondicionando o lixo da maneira correta dentro de contêineres. Os contêineres devem estar com tampa e devem estar fechados”.
O veterinário ressalta que a forma de reduzir os possíveis abrigos é mantendo os lotes com gramados bem aparados e evitando restos de entulho e madeira no local, que possam servir de casa para esses animais.
A Secretaria de Saúde informa que a Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival/SES) atua na orientação do controle de pragas e insetos em prédios e residências. Enquanto a dedetização, desratização, higiene e manutenção dos ambientes cabem a cada morador, à administração, em caso de condomínios, ou ao proprietário do estabelecimento, em caso de comércio.
A pasta esclarece que os ratos são roedores onívoros e se alimentam, principalmente, de restos de alimentação humana. Podendo transmitir doenças como leptospirose e raiva, são considerados pragas urbanas, e a reprodução ocorre na proporção da facilidade de se alimentar.
O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) destaca a importância da conscientização de cada cidadão na separação correta dos resíduos recicláveis e orgânicos. Ao lidar com resíduos secos, que incluem materiais como papel, plástico, vidro e metais, é importante limpar o excesso de conteúdo dos recipientes antes de descartá-los. Assim, evita-se a contaminação com restos de alimentos ou outros materiais de origem orgânica.
É fundamental que os comerciantes tenham contêineres separados para recicláveis e orgânicos para que não misturem os resíduos. Essa mistura pode atrair roedores e outros animais de pequeno porte.
O SLU salienta que é importante estar atento aos dias e horários da coleta seletiva e convencional, que ocorrem em períodos distintos. No aplicativo SLU Coleta DF é possível acompanhar em tempo real a localização do caminhão que ficará responsável pelo recolhimento do lixo na região, além de localizar os equipamentos de coleta públicos mais próximos.
Dicas de medidas de manejo ambiental:
- Não deixar acumular lixo e entulho;
- Não deixar ração de cães no comedouro à noite. Descartar a ração depois que o animal se alimentar;
- Manter os terrenos limpos;
- Não deixar lixo aberto, sempre colocar o lixo perto da hora do recolhimento;
- Fonte: Dival/SES
Fonte: Jornal de Brasilia