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Violência cresce nas escolas Brasileiras, colocando alunos e professores em risco

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A sala de aula é um ambiente frequentado por qualquer pessoa como um local essencial para a construção do conhecimento e o futuro dos estudantes e do país. As pesquisas recentes revelam o crescimento de episódios de violência em sala de aula, colocando alunos e professores em risco.

Os dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) mostram, entre janeiro e 1° de setembro deste ano, 1.207 denúncias sobre mais de 6.100 tipos de violações, entre agressão física e psicológica e, até mesmo, risco de morte, citado 103 vezes, referentes ao estado de Minas Gerais.

Já o levantamento nacional do MDHC, em relação a 2023, identificou que essa elevação não é exclusiva de Minas Gerais, mas, sim, do Brasil, registrando  aumento de quase 50% no número de denúncias entre janeiro e setembro daquele ano, quando mais de 9.530 chamados aconteceram, contra aproximadamente 6.300 ocorrências, no mesmo período em 2022. Nesta época, mais 50.186 violações aconteceram, uma alta de 143.5%, se comparado ao ano anterior.

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O estudo “Ataques de violência extrema em escolas do Brasil: Causas e caminhos” fez uma análise ainda mais ampla, registrando a quantidade de ataques violentos em escolas ao longo dos últimos anos. Entre 2001 e 2024, foram 42, deixando 44 mortos e 113 feridos, contudo, 64,28% desses casos aconteceram após 2022.

Para a PHD em neurociências, psicanalista e psicopedagoga, Ângela Mathylde Soares, é importante entender que existem diferentes tipos de violência no ambiente escolar, praticados por pessoas diversas. Uma das mais conhecidas é a violência física, as brigas e pancadarias, destacando que a mesma também pode ser verbal, psicológica e discriminatória.

Contudo, como apresentado pelas pesquisas, é cada vez mais comum observar o tipo de violência brutal, através de ataques com diferentes armas. Ângela afirma que um dos motivos está diretamente ligado à ansiedade, depressão e sofrimento, não tratados, problemas que cresceram consideravelmente durante a pandemia, decorrente de desejos como necessidade constante de conexão e a urgência para  tudo ocorrer, conforme as expectativas, gerando assim, frustração.

As agressões também costumam ser direcionadas a professores. O levantamento do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUte) apontou que 94,3% dos profissionais já vivenciaram algum tipo de violência, oriunda de alunos ou responsáveis.

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Os motivos são muitos, porém, em grande parte dos casos, a violência está ligada a um tipo de descontentamento, como os resultados de provas e trabalhos. A verdade é que nada disso é desculpa, afinal, a violência nunca é a solução para problemas.

A escola é o reflexo da sociedade, contudo, o ambiente escolar precisa ser espaço para mais que um ensino de qualidade, promovendo diálogo, socialização, integração e segurança. Para se ter uma ideia, 11,3% dos estudantes participantes da análise da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), uma parceria do Ministério da Saúde com o Ministério da Educação em 2019, também afirmaram já ter deixado de frequentar aulas por medo.

 

Gabrielle Silva

Multi Comunicar

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